sábado, 18 de setembro de 2010

Ensinar a Ler e Escrever


Este estudo de caso se refere a uma antiga aluna, que eu atendia em minhas aulas particulares, não irei revelar o nome desta minha aluna, no lugar do nome irei usar um pseudônimo, irei chamar essa minha aluna de Maria.


Estudo de caso sobre as dificuldades de Maria:

Quando comecei a dar aulas para Maria ela tinha 7 anos de idade e estudava na 1ª série de uma escola pública, nesta época o ensino ainda era seriado e ainda existia as classes de alfabetização.

Maria já tinha passado pela classe de alfabetização, porém Maria não sabia ler e escrever, escrevia seu primeiro nome e fazia cópias do quadro negro e do livro didático, mas não sabia ler nem o primeiro nome, não conseguia ler o que escrevia, por mais que soubesse fazer cópias.

A escola passou Maria da alfabetização para a primeira série, mas como seu desenvolvimento cognitivo não acompanhava os demais alunos, Maria foi colocada na chamada classe de progressão e lá ficou sem saber ler nem escrever.

Maria era filha de pais separados, seu pai era diretor de palco de shows musicais e viajava muito pelo Brasil todo, mas era ele quem pagava minhas aulas e sempre entrava em contato comigo, para saber como estava a filha nos estudos. Maria morava com a mãe, que havia se casado com outro homem e tido outro filho, a mãe nunca me perguntava sobre a filha, mesmo estando tão perto.

Maria poderia estar estudando em outra escola, não estou desmerecendo a escola pública, mas o pai tinha condições financeiras para coloca-la em uma boa escola.

Mas o pai e a mãe tinham uma relação muito conturbada, o pai não confiava o dinheiro da pensão à mãe de Maria, ao invés disso ele vinha todo mês ao Rio de Janeiro, dava o dinheiro da pensão na mão da tia da mãe de Maria e me pagava em mãos, o pai de Maria morava no Rio de Janeiro e em São Paulo ao mesmo tempo, mas era quem mais dava atenção a Maria.

Sei que pode parecer que eu estava muito envolvida na situação para saber de tais fatos tão particulares e realmente estava e pude acompanhar esta situação durante muito tempo, pois fui professora particular de Maria, dos 7 aos 15 anos e só deixei Maria, após a morte subta de seu pai, já que a mãe não se interessava em me pagar para acompanhar Maria.

A relação de Maria com a mãe sempre foi difícil, pois a mãe construiu uma nova família, mas não incluiu Maria nesta nova família, deixando a menina com muitas questões psicológicas a serem resolvidas.

Maria era uma menina tinida, um pouco anti-social e fechada, mantinha um semblante um pouco triste, escrevia com letras minusculas e sua voz saia num tom muito baixo. Sua aparência era de desleixo, com cabelos embaraçados, roupas curtas e manchadas, sua aparência já contava um pouco da sua história familiar.


Ensinando e aprendendo com Maria:

Para ensinar Maria a ler tive que começar desde o inicio, sendo que este inicio era algo que para mim até então era desconhecido, pois eu sabia pouco sobre alfabetização, teria que pensar em estratégias para resolver este caso.

Pois observando melhor minha aluna, nem a parte motora dela era bem desenvolvida, já que tinha grande dificuldade de manuseio da tesoura, como ensinar a ler e escrever uma criança que tem uma dificuldade motora, sem falar em toda a sua problemática psicológica.

Como ensinar a ler e escrever a uma aluna que permanecia apática, algo que não é comum a nenhuma criança. A leitura e a escrita não tinham um sentido maior para ela, pois para que se comunicar com um mundo, ao qual se quer se esconder.

Maria não precisava se comunicar através da linguagem, seu corpo falava por ela e este pedia por socorro, o processo de aprendizado estava sendo muito duro para Maria, que por não querer se aproximar das outras pessoas, não querer se comunicar, tinha dificuldades de aprender. Pois como diz Vygotsky:

A palavra não foi o principio – a ação já existia antes dela; a palavra é o final do desenvolvimento, o coroamento da ação (Vygotsky,2005,p.190).

Sendo assim a leitura e a escrita tinham que ter um significado maior, tinham que fazer sentido, Maria precisava, antes de aprender a ler e escrever, querer se comunicar, querer estabelecer contato com as outras pessoas.

Para ensinar Maria era preciso ser flexível e rever meus conceitos, era preciso uma didática diferenciada, era preciso antes de mais nada chegar até ela. Pois como cita Kramer:

Não há apenas um eu e um meio que lhe é externo: a linguagem acontece porque há um nós. (Kramer, 2003,p.75).

Resolvi usar métodos lúdicos para ensinar Maria ler e escrever, era preciso que até mesmo a própria fala que é um processo de construção anterior ao ensino da leitura e escrita, fosse revista, já que a aluna possuia uma fala insegura.

Maria precisava de segurança, confiança, para se desenvolver, se soltar, pois ao que parecia ela estava presa, por conta de suas questões psicológicas.

Eu usei jogos com palavras, para ensinar ela a ler, fazia com que tudo parecesse uma brincadeira. Um dos jogos que eu costumava a fazer que Maria mais gostava era o caça palavras e palavras cruzadas, pois ela sempre via seu tio fazendo esses jogos, na revista de palavras cruzadas, isto despertou a curiosidade de Maria, que queria fazer o mesmo que o tio estava fazendo.

Outro jogo era juntar as palavras, com seus respectivos desenhos, como num dominó. Tinha um outro jogo que ela gostava, era de ligar as letras formando uma palavra.

No principio não me preocupei com a questão da escrita, pois ela sabia fazer cópias mecanicamente, mas minha preocupação era a leitura. Trabalhei também sobre o método silábico e fonético, pois ela se quer conhecia o alfabeto e o som das letras.

Mas através dos jogos ela e com muita calma e paciência, Maria foi aprendendo e conseguiu aprender a ler e escrever. Mas posso afirmar que foi um processo, não durou um ano. Maria estava lendo e escrevendo no fim da 2ª série.

Recapitulando, iniciei meu trabalho com ela quando ela estava na 1ª série, ou seja precisei de dois anos para ela aprender a ler e escrever, e ainda assim isso não tem muito significado, pois alfabetização é um processo que se carrega pelo decorrer da vida.

Explicando melhor, Maria mesmo lendo e escrevendo, tinha que passar por muitos outros obstáculos, teve que ler textos cada vez maiores e difíceis, tinha que elaborar respostas, interpretar, entender, o processo não se limita em saber ler e escrever, esse processo perdura durante a vida, é sua leitura pessoal de mundo, inicia ao nascer e perdura até a morte.

Acompanhei grande parte de um processo da vida de Maria e vi com meus olhos o resultado do meu trabalho, da minha paciência.

Vi uma menina que só sabia escrever seu primeiro nome, sem ao menos saber lê-lo, sentar do meu lado e me dar lissões de química. Vi o ditado se tornar realidade, o aluno superou o mestre e eu vi com meus próprios olhos.


Refletindo sobre o estudo de caso de Maria:

Ao se deparar com uma situação problemática, o exercício da reflexão se faz necessário. Este exercício da reflexão é feito por todo e qualquer ser humano, faz parte da sua natureza, tanto dentro de uma profissão, quanto fora dela, nas mais variadas esferas da vida humana.

não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que eu escolha entre isto e aquilo” (Freire, 1996:102).

O ato da reflexão na profissão do professor é muito importante, requer observar o cotidiano da sala de aula e a sociedade a sua volta. Requer uma tomada de decisão por parte deste professor.

Esta decisão se refere a sua prática e ao tipo de professor que se pretende ser, ou seja, se o professor quer estar “âncorado” a uma situação de comodismo, em que nada se realiza, ou se este quer lutar por uma mudança na sua prática.

Embora as dificuldades sejam muitas na profissão docente, o professor pode e deve, tomar uma decisão a respeito de sua prática pedagógica e esta decisão parte de uma reflexão critica a respeito de seu trabalho.

a reflexão critica sobre a pratica se torna uma exigência da relação Teoria/Pratica sem a qual a teoria pode ir virando blablablá e a pratica, ativismo” (Freire, 1996:22).

O conhecimento não é transmitido para o aluno, este deve ser construído no cotidiano, em um sistema de troca entre professor e aluno, pois quem ensina também aprende.

é neste sentido que ensinar não é transferir conhecimento, conteúdos nem formar a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem dicencia, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém” (Freire, 1996:23).

Esta construção do conhecimento não se limita somente aos conteúdos do que esta sendo ensinado, esse conhecimento se refere ao pensar certo.

Este pensar certo, deve estar presente na profissão do professor, tanto no seu momento de reflexão, quanto em sua prática cotidiana, ou seja, quando este faz com que o aluno reflita criticamente sobre aquilo que esta aprendendo.

Olhando para o caso de Maria eu vejo que não só ensinei a menina a ler e escrever, mas aprendi muito com Maria. Aprendi que ser professor exige muito mais do que somente transmitir conteúdos, ser professor implica em uma ação, um comprometimento maior com o aluno.


Conclusão:

No caso de Maria, pode ver que a alfabetização não se limita a um ano letivo, ela é um processo continuo, que vem do próprio desenvolvimento humano.

O ensino da leitura e escrita não se sincretiza somente no papel, ele passa pelo corpo, pelo amadurecimento emocional e psicológico e continua durante toda vida, se entendermos que na vida fazemos leitura de mundo o tempo todo e que por mais que se aprenda, sempre existirão coisas novas há serem aprendidas.

Chegaremos a conclusão que vivemos em uma eterna aprendizagem e a leitura e a escrita devem ser algo natural dentro deste processo.


Bibliografia:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: ed. Paz e Terra, 34ª edição, 2006.

VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e palavra. In: VYGOSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. 3 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

Kramer, Sonia. Educação e linguagem. In: Kramer, Sonia. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. São Paulo: Ática, 2003.

Soares, Magda. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Trabalho apresentado no GT Alfabetização, Leitura e Escrita, durante a 26ª Reunião Anual da ANPED, realizada em Poços de Caldas, de 5 a 8 de Outubro de 2003.


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Naruto é TDAH.


Um dia um dos alunos que eu atendo em minhas aulas particulares, me disse uma coisa que despertou minha curiosidade. Trata-se de um menino TDAH, que é fã do Naruto e eu observando seus objetos, estojo, mochila,..., tudo do Naruto, indaguei ao menino. - Puxa, mas você gosta mesmo do Naruto. E o menino respondeu: Eu gosto do Naruto !! Gosto dele porque ele é igual a mim, tem dificuldade de entender as coisas.
Esse fato despertou minha curiosidade, assim, resolvi observar o anime do Naruto e descobri coisas bem interessantes.
Mas em primeiro lugar, vou falar um pouco sobre o Naruto, para depois escrever sobre minhas observações.

Naruto : ( em japonês ナルト) é uma série de mangá criada por Masashi Kishimoto e serializada na revista semanal Shonen Jump desde 1999. Recebeu uma adaptação para desenho animado em 2002 produzida pelo Studio Pierrot e exibida pela TV Tokyo, seguida de Naruto: Shippuuden (Crônicas de um Furacão) em fevereiro de 2007, correspondente à segunda parte do mangá.

Um pouco sobre a história de Naruto:

Logo após o nascimento de Naruto, seu pai, o Quarto Hokage, selou a perigosa Raposa de Nove Caudas (Kyuubi, no original japonês) no corpo de seu filho e acabou morto, junto de sua esposa Kushina, deixando Naruto sem uma família. Por ser o hospedeiro de tal demônio, os habitantes de Konoha sempre hostilizaram Naruto. Por isso, ele nunca foi alvo de atenção ou amor durante sua infância. Desejando o que lhe faltou até o momento, Naruto sonha em se tornar Hokage, para que os habitantes do vilarejo o respeitem. Naruto possui uma determinação muito forte, sempre confiante e seguro de que pode alcançar qualquer objetivo. Apesar de nem sempre conseguir cumprir suas tarefas, os esforços de Naruto se mostram frutíferos conforme a série avança: muitos personagens concluem que Naruto um dia será um excelente Hokage. Desde pequeno, Naruto faz piadas para chamar atenção.
Naruto é o aluno que tem mais dificuldades de aprendizagem, é o mais lento na cognição, tem dificuldades de entender as coisas e constantemente afirma: "Eu não estou entendendo nada". É também a criança mais trakina do vilarejo, sempre se metendo em confusão, tirando os professores do sério, suas dificuldades quase levam Naruto a uma reprovação.
Mas por outro lado, como tudo para ele é difícil, seus esforços em aprender são tão intensos, que fazem como que Naruto se destaque na arte ninja.

Analisando Naruto, descobri que ele tem o perfil de um tipico menino TDAH, com suas dificuldades de atenção, sua lentidão na cognição, seu jeito hiperativo, que sempre deixa Naruto em maus lençois, graças a sua indisciplina. Mas porém, Naruto faz parte de um grupo TDAH que tem um alto poder de superação, ele vence suas dificuldades sem se entregar.

O que eu vou explicar agora, é algo importante, pois muitos acham que pessoas com TDAH, são como superdotados, mas não é assim, tudo depende do poder de superação de cada um. O defciti de atenção pode causar um grande complexo de inferioridade no individuo, levando ao vicio das drogas e do alcool, alunos TDAH, podem simplesmente desistir de estuda.
Mas aquelas pessoas TDAH com alto poder de superação, se esforçam tanto, o esforço mental é tão grande, que fazem deles pessoas inteligentes e que se destacam na área que estes escolheram atuar, seja na arte, música, dança, educação, esporte, ou qualquer outra coisa que escolherem na suas vidas.

O interessante de Naruto é que além dessa superação de sua própria dificuldade, ele consegue influenciar as pessoas em seu caminho, servindo de exemplo de determinação, pois Naruto não é o unico problemático no desenho, temos Gaara, que nunca soube o que é o amor e amizade, Hinata, uma menina timida que beira o mutismo, Neji, com seus conflitos familires, Sasuke, com sua rebeldia e sentimento de vingança. E muitos outros personagens, com problemas sociais e psicológicos, que ao conhecer Naruto, e seu jeito de superar as dificuldades, vêem suas vidas mudadas, pois começam a refletir sobre eles mesmos.

Resolvi escrever este post, até porque já ouvi muitas criticas feitas ao Naruto, pelos profissionais de educação. Então vai um conselho aos professores, antes de criticar procurem conhecer o que seus alunos gostam.

No caso do desenho Naruto, ele serve como exemplo a várias crianças e adolescentes que tem dificuldades de aprendizagem. Ele passa a mensagem: "se esforçando, vocês também podem conseguir", "se eu posso, vocês também podem".

Essa história me fez lembrar de mim mesma, pois venci a dislexia, é claro que ainda tenho algumas marcas, pois a dislexia não tem cura, tenho transtorno de atenção e mesmo assim cheguei onde cheguei e posso ir até mais além. Não vou falar que foi fácil, minha vida nunca foi fácil, o esforço é sobrehumano, mas minha inteligência se desenvolveu e hoje tenho orgulho de ser considerada também um exemplo de vida. Sou exemplo para meus alunos, meus amigos, meus professores, para todos que me escutam, para todos que acham, que tenho uma mente brilhante.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Direito à raiva.


Hoje vou postar um trecho de um livro que eu amo.
Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire.

O trecho que escolhi retrata a personalidade de Paulo Freire, mais que um alfabetizador,um professor, um educador, um filosofo, Paulo Freire foi um verdadeiro gênio da educação, suas palavras transbordavam de significados e de luta pela humanidade.

Como Freire, também acredito na luta, acredito na mudança do estado das coisas, mudança esta que nunca virá através da acomodação. Me revolto sim, mas consciente da verdadeira causa pela qual estou me revoltando, não me deixarei cegar por ideologias das classes dominantes. E como Freire, serei sempre humanista, me revoltarei sempre, contra o capitalismo e as idéias neoliberais e lutarei em pró da mudança social.

Livro: Pedagogia da Autonomia.


"Enquanto andavamos pelas ruas daquele mundo maltratado e ofendido eu ia me lembrando da experiência de minha juventude em outras favelas de Olinda ou do Recife, dos meus diálogos com favelados e faveladas de alma rasgada. Tropeçando na dor humana, nós nos perguntávamos em torno de um sem-numero de problemas. Que fazer, enquanto educadores, trabalhando num contexto assim? Há mesmo o que fazer? Que precisamos nós, os chamados educadores, saber para viabilizar até mesmo os nossos primeiros encontros com mulheres, homens e crianças cuja humanidade vem sendo negada e traída, cuja existência vem sendo esmagada?

Paramos no meio de um pontilhão estreito que possibilita a travessia da favela para uma parte menos maltratada do bairro popular. Olhavamos de cima um braço de rio poluído, sem vida, cuja lama, e não agua, empapa os mocambos nela quase mergulhados. "Mais além do mocambos", me disse Denilson, "há algo pior: um grande terreno onde se faz o deposito de lixo público. Os moradores de toda essa redondeza "pesquisam" no lixo o que comer, o que vestir, o que mantenha vivos". Foi esse horrendo aterro, que há dois anos, uma família retirou de lixo hospitalar pedaços de seio amputado com que preparou seu almoço domingueiro...

É possível que a noticia tenha provocado em pragmáticos neoliberais sua reação habitual e fatalista sempre em favor dos poderosos. "É triste, mas, que fazer? A realidade é mesmo esta". A realidade, porém, não é inexoravelmente esta. Está sendo esta como poderia ser outra e é para que seja outra que precisamos, os progressistas, lutar.

Eu me sentiria mais do que triste, desolado e sem achar sentido para minha presença no mundo, se fortes e indestrutiveis razões me convencessem que a existência humana se dá no domínio da determinação. Domínio em que dificilmente se poderia falar de opções, de decisão, de liberdade, de ética.

"Que fazer? A realidade é assim mesmo", seria o discurso universal. Discurso monótono, repetitivo, como a própria existência humana. Numa história assim determinada, as posições rebeldes não têm como tornar-se revolucionárias.

Tenho o direito de ter raiva, de manifesta-la, de te-la como motivação para minha briga tal qual tenho o direito de amar, de expressar meu amor ao mundo, de te-lo como motivação de minha briga porque, histórico, vivo a história como tempo de possibilidade e não de determinação. Se a realidade fosse assim porque estivesse dito que assim teria de ser não haveria se quer por que ter raiva. Meu direto à raiva pressupõe que, na experiência histórica da qual participo, o amanhã não é algo pré-dado, mas um desafio, um problema.

Meu direito a raiva pressupõe que, na experiência histórica da qual participo, o amanhã não é algo pré-dado, mas um desafio, um problema. A minha raiva, minha justa ira, se funda na minha revolta em face da negação do direito de "ser mais" inscrito na natureza dos seres humanos. Não posso, por isso, cruzar os braços fatalistamente diante da miséria, esvaziando, desta maneira, minha responsabilidade no discurso cínico e "morno", que fala sobre a impossibilidade de mudar porque a realidade é mesmo assim.

O discurso da acomodação ou de sua defesa, o discurso da exaltação do silêncio imposto de que resulta a imobilidade dos silenciados, o discurso do elogio da adaptação tornada como fado ou sina é um discurso negador da humanização de cuja responsabilidade não podemos nos eximir.

A adaptação a situações negadoras da humanização só pode ser aceita como consequência da experiência dominadora, ou como exercício de resistência, como tática na luta política.

Dou a impressão de que aceito hoje a condição de silenciado para bem lutar, quando puder, contra a negação de mim mesmo..."


Freire, P., Pedagogia da Autonomia, São Paulo: Paz e Terra, cap. 2 , pg 74 a 76, 1996.





quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hades o Deus injustiçado.


Hades (em grego antigo Άδης, transl. Hádēs), na mitologia grega, é o Deus do Mundo Inferior e dos mortos.

Equivalente ao Deus romano Plutão, que significa o rico e que era também um dos seus epítetos gregos, seu nome era usado frequentemente para designar tanto o Deus quanto o reino que governa, nos subterrâneos da Terra. Consta também ser chamado Serápis (Deus de obscura origem egípcia).

É considerado um Deus da "segunda geração" pelos estudiosos, oriundo que fora de Crônos (Saturno, na teogonia romana) e de Reia, formava com seus três irmãos os Crônidas: Deméter , Possêidon e Zeus.

Ele é também conhecido por ter raptado a deusa Perséfone (Koré ou Core) filha de Deméter, a quem teria sido fiel e com quem nunca teve filhos. A simbologia desta união põe em comunicação duas das principais forças e recursos naturais: a riqueza do subsolo que fornece os minerais, e faz brotar de seu âmago as sementes - vida e morte.

Hades costuma apresentar um papel secundário na mitologia, pois o fato de ser o governante do Mundo dos Mortos faz com que seu trabalho seja "dividido" entre outras divindades, tais como Tanatos, Deus da morte, ou as Queres (Ker) - estas últimas retratadas na Ilíada recolhendo avidamente as almas dos guerreiros, enquanto Tanatos surge nos mitos da bondosa Alceste ou do astuto Sísifo.

Como o senhor implacável e invencível da morte, é Hades o Deus mais odiado pelos mortais, como registou Homero (Ilíada 9.158.159). Platão acentua que o medo de falar o seu nome fazia usarem no lugar eufemismos, como Plutão (Crátilo 403a).

Para mim Hades não passa de um Deus injustiçado, a figura dele foi relacionada a figura do diabo, sendo que a história de Lucifer no cristianismo, é totalmente diferente da do Deus Hades. Lucifer foi o primeiro anjo a ser criado por Deus e quis se igualar a ele, movido pela inveja que sentia, sendo assim, foi exilado no inferno.

A história de Hades e como ele se tornou o Deus do submundo, é diferente.

Hades era o filho mais novo de Crônos, o mais velho era Zeus, seguido de Demeter e Netuno. Crônos reinava absoluto, sobre tudo que existia, céu , terra, mar, submundo, mas existia uma profecia de que Crônos seria destronado por um filho, sendo assim toda vez que sua mulher Réia dava a luz a um filho, Crônos devorava a Criança.

Mas Réia certa vez teve uma idéia, e envolveu pedras em um pano e entregou ao marido, este engoliu as pedras ao invés de seus rebentos. Réia conseguiu salvar quatro filhos da morte, e estes se juntaram e derrotaram o pai, tomando o poder. O reinado do pai foi divivido entre os irmãos.

E é nesse ponto que Hades sai prejudicado, pois como Zeus era o mais velho, ficou no Monte Olimpo reinando absoluto, Demeter reinava na terra, ela também era conhecida como Guaia ou mãe natureza, Netuno ficou com os mares e ao mais novo sobrou o submundo, Ou seja, o fato de Hades ser o Deus do submundo, foi o resultado de uma partilha de bens.

O rapto de Perséfone é outra injustiça que cometeram com Hades, pelo menos, no meu ponto de vista. Segundo conta a história, Hades tinha se apaixonado por Perséfone, mas foi Zeus quem o convenceu a roubar Perséfone.

Hades não estava satisfeito com a posição que ele ocupava, e vivia há reclamar no ouvido do irmão Zeus, a respeito da partilha dos reinos. Zeus quando percebe que Hades estava apaixonado por Perséfone, convence o irmão a atrai-la para o Tartaro e ainda convence o irmão Netuno, a distrair Demeter, mãe de Perséfone, para que está não perceba o rapto da filha. A intenção de Zeus, era que o irmão se acalma-se e parasse de reclamar.

Agora defendo Hades, pois se ele fosse alguém tão terrívell ele não amaria ninguém, e pelo que consta, Hades foi fiel a esposa. Ao contrario do todo poderoso Zeus, que traia sua esposa Hera com deusas, ninfas e até humanas.

Quando o que há, é a maudade pura, o amor não consegue entrar. Então seria Hades um Deus tão terrível?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dislexia.


Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes e, até, geniais experimentarem dificuldades paralelas em seu caminho diferencial do aprendizado, é desafio que a Ciência vem deslindando paulatinamente, em130 anos de pesquisas. E com o avanço tecnológico de nossos dias, com destaque ao apoio da técnica de ressonância magnética funcional, as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas sobre o que é Dislexia.

A complexidade do entendimento do que é Dislexia, está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é Memória e Pensamento- Pensamento e Linguagem; de como aprendemos e do por quê podemos encontrar facilidades até geniais, mescladas de dificuldades até básicas em nosso processo individual de aprendizado. O maior problema para assimilarmos esta realidade está no conceito arcaico de que: "quem é bom, é bom em tudo"; isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz. Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou com excepcional mestria, em suas pesquisas e estudos registrados, especialmente, em sua obra Inteligências Múltiplas. Insight que ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada, que o alçou à posição de um dos maiores educadores de todos os tempos.

A evolução progressiva de entendimento do que é Disléxia, resultante do trabalho cooperativo de mentes brilhantes que têm-se doado em persistentes estudos, tem marcadores claros do progresso que vem sendo conquistado. Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é Dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas específicas dificuldades de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita. Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas, como:

que Dislexia tem base neurológica, e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna Dislexia altamente hereditária, o que justifica que se repita nas mesmas famílias;

que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus "dons" como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimenões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas;

que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Dentre estes, há um grande exemplo brasileiro que, embora somente com sua autorização pessoal poderíamos declinar o seu nome, ele que é uma de nossas mentes mais brilhantes e criativas no campo da mídia, declarou: "Não sei por que, mas quem me conhece também sabe que não tenho domínio motor que me dê a capacidade de, por exemplo, apertar um simples parafuso";

que, com a conquista científica de uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em Dislexia, pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente, uma significativa descoberta neurofisiológica, que justifica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura;

que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não apresentaram diferença na fixação visual ao ler; mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã, "... É como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico".

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é Dislexia, faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações, que confunde e desinforma. Além do que a mídia, no Brasil, as poucas vezes em que aborda esse grave problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e, mesmo, fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.

Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado "analfabetismo funcional" que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.

Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: "existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país". Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, dois são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados.

Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o gravíssimo registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.

Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinqüentes nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldades de aprendizado. E que também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. E quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente.

O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da Harvard Medical School; professor de Psicologia do MIT - Massachussets Institute of Tecnology; diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel Hospital, em Boston, MA, pesquisador lúcido e perseverante que assumiu a direção da pesquisa neurológica em Dislexia, após a morte do pesquisador pioneiro, o Dr. Samuel Orton, afirma que a falta de consenso no entendimento do que é Dislexia, começou a partir da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e lexia, como palavra. Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de Dislexia, que está a significação intrínsica do termo: dys, significando imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.

Por toda complexidade do que, realmente, é Dislexia; por muita contradição derivada de diferentes focos e ângulos pessoais e profissionais de visão; porque os caminhos de descobertas científicas que trazem respostas sobre essas específicas dificuldades de aprendizado têm sido longos e extremamente laboriosos, necessitando, sempre, de consenso, é imprescindível um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é Dislexia.

Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da Linguagem: em Leitura, Soletração, Escrita, em Linguagem Expressiva ou Receptiva, em Razão e Cálculo Matemáticos, como na Linguagem Corporal e Social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.

Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes arguta e até genial, mas que aprende de maneira diferente...


Disléxicos famosos: Agatha Christie, Charles Darwin, Cher, Franklin D. Roosevelt, George Wasshington, Leonardo Da Vinci, Napoleão Bonaparte, Pablo Picasso, Ozzy Osbourne, Robin Willians, Thomas A. Edison, Ton Cruise, Vicent Van Gogh, Winston Churchill, Walt Disney, Whoopi Goldberg.




quinta-feira, 15 de julho de 2010

O tão comoentado Cavalo de fogo.

Um dos meus seguidores comentou em meu blog a respeito do Cavalo de Fogo do Horóscopo chinês, então resolvi aprofundar mais na questão levantada e descobrir o porque do cavalo rege a cada 60 anos, já que eu mesma sou do signo do cavalo.
Bem, na verdade descobri que, O horóscopo Chinês baseia-se no ciclo lunar de 60 anos, sendo cada ano regido por um animal.
Em vários outros blogs vi o assunto sobre o cavalo de fogo, mas isso não faz dele especial, ou melhor que os outros signos do horóscopo chinês.
O cavalo de fogo está ligado ao elemento fogo, explicando melhor, a cada 60 anos o cavalo vem regido por um dos 5 elementos naturais e estes elementos interferem no tipo de cavalo que estará regendo aquele ano, consequentemente trazendo mudanças na personalidade de cada pessoas regida pelo cavalo.
Então temos assim 5 cavalos e dessa mesma forma, temos 5 de cada animal do horóscopo chinês regendo num ciclo de 60 anos.

Elementos

METAL: são pessoas decididas e fortes, dispostas a enfrentar qualquer tipo de batalha para atingir seus objectivos. São sujeitas a paixões e emoções fortes.

ÁGUA: são conduzidas pela emoção, revelando muita sensibilidade e percepção. Altamente espiritualizadas, são capazes de captar subtilezas na natureza e nas pessoas, tornando-as profundas conhecedoras da alma humana.

MADEIRA: são privilegiadas mentalmente, pertencendo à categoria dos intelectuais, filósofos e pensadores, preocupados com a moral e com a ética em seus relacionamentos.

FOGO: governam pessoas e demonstram muita segurança e poder de decisão. São emocionalmente instáveis, podendo explodir com relativa facilidade, revelando um temperamento colérico e inflamado.

TERRA: pessoas voltadas para as questões práticas e funcionais da vida, um tanto passivas em relação ao mundo a sua volta, sofrendo influências e pouco influenciando, mas marcando sua passagem pelo esforço e pelo trabalho

Descubra qual é o seu signo chinês e o elemento correspondente!


Rato (SHU)

Jan 31, 1900 a Fev 18, 1901 - Metal
Fev 18, 1912 a Fev 05, 1913 - Água
Fev 05, 1924 a Jan 24, 1925 - Madeira
Jan 24, 1936 a Fev 10, 1937 - Fogo
Fev 10, 1948 a Jan 28, 1949 - Terra
Jan 28, 1960 a Fev 14, 1961 - Metal
Fev 15, 1972 a Fev 02, 1973 - Água
Fev 02, 1984 a Fev 19, 1985 - Madeira
Fev 19, 1996 a Fev 06, 1997 - Fogo
Fev 06, 2008 a Jan 25, 2009 - Terra


Búfalo (NIÚ)

Fev 19, 1901 a Fev 07, 1902 - Metal
Fev 06, 1913 a Jan 25, 1914 - Água
Jan 24, 1925 a Fev 12, 1926 - Madeira
Fev 11, 1937 a Jan 30, 1938 - Fogo
Jan 29, 1949 a Fev 16, 1950 - Terra
Fev 15, 1961 a Fev 04, 1962 - Metal
Fev 03, 1973 a Jan 22, 1974 - Água
Fev 20, 1985 a Fev 08, 1986 - Madeira
Fev 07, 1997 a Jan 27, 1998 - Fogo
Jan 26, 2009 a Fev 13, 2010 - Terra


Tigre (HU)

Fev 08, 1902 a Jan 28, 1903 - Água
Jan 26, 1914 a Fev 13, 1915 - Madeira
Fev 13, 1926 a Fev 01, 1927 - Fogo
Jan 31, 1938 a Fev 18, 1939 - Terra
Fev 17, 1950 a Fev 05, 1951 - Metal
Jan 05, 1962 a Fev 24, 1963 - Água
Fev 23, 1974 a Jan 10, 1975 - Madeira
Fev 09, 1986 a Jan 28, 1987 - Fogo
Jan 28, 1998 a Fev 15, 1999 - Terra
Fev 14, 2010 a Fev 02, 2011 - Metal


Lebre (TU)

Jan 29, 1903 a Fev 15, 1904 - Água
Fev 14, 1915 a Fev 02, 1916 - Madeira
Fev 02, 1927 a Jan 22, 1928 - Fogo
Fev 19, 1939 a Fev 07, 1940 - Terra
Fev 06, 1951 a Jan 26, 1952 - Metal
Jan 25, 1963 a Fev 12, 1964 - Água
Fev 11, 1975 a Jan 30, 1976 - Madeira
Jan 29, 1987 a Fev 16, 1988 - Fogo
Fev 16, 1999 a Fev 04, 2000 - Terra
Fev 03, 2011 a Jan 22, 2012 - Metal


Dragão (LONG)

Fev 16, 1904 a Fev 03, 1905 - Madeira
Fev 04, 1916 a Jan 22, 1917 - Fogo
Jan 23, 1928 a Fev 09, 1929 - Terra
Fev 08, 1940 a Jan 26, 1941 - Metal
Jan 27, 1952 a Fev 13, 1953 - Água
Fev 13, 1964 a Fev 01, 1965 - Madeira
Jan 31, 1976 a Fev 17, 1977 - Fogo
Fev 17, 1988 a Fev 05, 1989 - Terra
Fev 05, 2000 a Jan 23, 2001 - Metal
Jan 23, 2012 a Fev 09, 2013 - Água


Serpente (SHE)

Fev 04, 1905 a Jan 24, 1906 - Madeira
Jan 23, 1917 a Fev 10, 1918 - Fogo
Fev 10, 1929 a Jan 29, 1930 - Terra
Jan 27, 1941 a Fev 14, 1942 - Metal
Fev 14, 1953 a Fev 02, 1954 - Água
Fev 02, 1965 a Jan 20, 1966 - Madeira
Fev 18, 1977 a Fev 06, 1978 - Fogo
Fev 06, 1989 a Jan 26, 1990 - Terra
Jan 24, 2001 a Fev 11, 2002 - Metal
Fev 10, 2013 a Jan 30, 2014 - Água


Cavalo (MA)

Jan 25, 1906 a Fev 12, 1907 - Fogo
Fev 11, 1918 a Jan 31, 1919 - Terra
Jan 30, 1930 a Fev 16, 1931 - Metal
Fev 15, 1942 a Fev 04, 1943 - Água
Fev 03, 1954 a Jan 23, 1955 - Madeira
Jan 21, 1966 a Fev 08, 1967 - Fogo
Fev 07, 1978 a Jan 27, 1979 - Terra
Jan 27, 1990 a Fev 14, 1991 - Metal
Fev 12, 2002 a Jan 31, 2003 - Água
Jan 31, 2014 a Fev 18, 2015 - Madeira


Cabra (YANG)

Fev 13, 1907 a Fev 01, 1908 - Fogo
Fev 01, 1919 a Fev 19, 1920 - Terra
Fev 17, 1931 a Fev 05, 1932 - Metal
Fev 05, 1943 a Jan 24, 1944 - Água
Jan 24, 1955 a Fev 11, 1956 - Madeira
Fev 09, 1967 a Jan 29, 1968 - Fogo
Jan 28, 1979 a Fev 15, 1980 - Terra
Fev 16, 1991 a Fev 03, 1992 - Metal
Fev 01, 2003 a Jan 21, 2004 - Água
Fev 19, 2015 a Fev 07, 2016 - Madeira


Macaco (HOU)

Fev 02, 1908 a Jan 21, 1909 - Terra
Fev 20, 1920 a Fev 07, 1921 - Metal
Fev 06, 1932 a Jan 25, 1933 - Água
Jan 25, 1944 a Fev 12, 1945 - Madeira
Fev 12, 1956 a Jan 30, 1957 - Fogo
Jan 30, 1968 a Fev 16, 1969 - Terra
Fev 16, 1980 a Fev 04, 1981 - Metal
Fev 04, 1992 a Jan 22, 1993 - Água
Jan 22, 2004 a Fev 08, 2005 - Madeira
Fev 08, 2016 a Jan 27, 2017 - Fogo


Galo (JI)

Jan 22, 1909 a Fev 09, 1910 - Terra
Fev 08, 1921 a Jan 27, 1922 - Metal
Jan 26, 1933 a Fev 13, 1934 - Água
Fev 13, 1945 a Fev 01, 1946 - Madeira
Jan 31, 1957 a Fev 17, 1958 - Fogo
Fev 17, 1969 a Fev 05, 1970 - Terra
Fev 05, 1981 a Jan 24, 1982 - Metal
Jan 23, 1993 a Fev 09, 1994 - Água
Fev 09, 2005 a Jan 28, 2006 - Madeira
Jan 28, 2017 a Fev 15, 2018 - Fogo


Cão (GOU)

Fev 10, 1910 a Jan 29, 1911 - Metal
Jan 28, 1922 a Fev 15, 1923 - Água
Fev 14, 1934 a Fev 03, 1935 - Madeira
Fev 02, 1946 a Jan 21, 1947 - Fogo
Fev 18, 1958 a Fev 07, 1959 - Terra
Fev 06, 1970 a Jan 26, 1971 - Metal
Jan 25, 1982 a Fev 12, 1983 - Água
Fev 10, 1994 a Jan 30, 1995 - Madeira
Jan 29, 2006 a Fev 17, 2007 - Fogo
Fev 16, 2018 a Fev 04, 2019 - Terra


Porco (ZHU)

Jan 30, 1911 a Fev 17, 1912 - Metal
Fev 16, 1923 a Fev 04, 1924 - Água
Fev 04, 1935 a Jan 23, 1936 - Madeira
Jan 22, 1947 a Fev 09, 1948 - Fogo
Fev 08, 1959 a Jan 27, 1960 - Terra
Jan 27, 1971 a Fev 14, 1972 - Metal
Fev 13, 1983 a Fev 01, 1984 - Água
Jan 31, 1995 a Fev 18, 1996 - Madeira
Fev 18, 2007 a Fev 06, 2008 - Fogo